Afinação da Bateria Parte 10 – Remontando e Afinando a Bateria

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Como Afinar a Bateria

Bom, a geral foi dada no seu set-up inteiro, com certeza você vai perceber o som mais aberto do seu instrumento como um todo, de qualquer maneira é fato que ele vai passar a “falar” mais a partir desse processo todo.

Agora vamos começar a trabalhar de fato a afinação dele.

Reconhecimento tonal:

A essência do som está no casco do tambor, então antes de mais nada, se possível tenha um teclado ou um violão (Afinado) próximo de você, para executarmos o processo a seguir.

Pegue primeiramente o casco do bumbo segure-o internamente com uma das mãos apenas apoiando a ponta dos dedos nele, com a outra mão com o punho fechado bata no casco na parte externa, ele irá começar a emitir um determinado som.

Experimente usar as mais variadas forças e bater nas mais variadas regiões do casco, enquanto você bate nele pode ir jogando levemente pra cima para deixar a madeira vibrar livre e segurar novamente em seguida, após fazer esse reconhecimento, pegue no teclado ou violão e encontre essa nota que ele emitiu.

Caso não seja possível, cante você mesmo essa nota em voz alta (solfejo) e tente imaginar um som de bumbo com essa nota, tente assimilar essa tonalidade com alguma música ou alguma coisa favorável.
Neste vídeo abaixo temos a demostração de como fazer este processo.

 

Repita esse processo com cada casco, se preciso anote as notas que você reconheceu ou coisas que assimilou disso em um papel para não esquecer. Caso não seja possível tente memorizar esse som.  Na maioria dos casos o tambor pega confortavelmente uma oitava acima do que você ouviu e principalmente os tambores menores como de 10″ e 12″ você terá de usar essa oitava acima, mas veremos isso mais para frente.

Após isso coloque as canoas novamente, certifique-se que não deixará vibrações indesejáveis tão pouco mal encaixadas e parafusadas.  Coloque a pele no tambor, vamos começar pela batedeira (pele de cima).  

As peles batedeiras são as que irão dar a tonalidade do tambor, elas serão a nota fundamental do mesmo, a nota de ataque, é aí que entra o processo que você acabou de fazer acima, identificando a tonalidade da madeira.

Mas como usamos isso a nosso favor?

1° Procure uma escala maior simples.

Se o seu tambor por exemplo pegou Dó, ele irá confortavelmente de Dó-Ré-Mi-Fá-Sol-Lá-Si-Dó (uma oitava). Então procure pela pele apertando-a ou soltando-a o próprio “DÓ” ou até mesmo uma nota que harmonize com ela, como por exemplo um Fá ou um Lá.  

Conhecer as escalas e as notas ajudará e muito na hora de afinal, eu sempre procuro manter a tonalidade do tambor seja no caso citado, se é um dó, vou procurar por esse dó ou no máximo o dó oitava acima ou oitava a baixo nos tambores maiores quando os mesmos permitirem.

Se não tiver como identificar a nota, cante a sonoridade do casco e ao colocar a pele tenha sempre ela em mente.

Começando a afinar:             

Bom… Coloque a pele no tambor, certifique-se de que a superfície esteja limpa e de que a pele encaixe por completo em toda borda do tambor sempre de forma uniforme, após isso coloque o aro e comece a encaixar os parafusos nas canoas, aperte todos por igual o máximo que seus dedos permitirem.

Após isso seguindo uma ordem cruzada como na foto abaixo de uma volta de 360° (uma volta completa do relógio) em cada parafuso. Seguindo a numeração da foto você sabe exatamente qual parafuso apertar na ordem correta.

Provavelmente e principalmente nos tambores menores você terá de repetir esse processo mais de uma vez até o tambor “pegar vida”, ou seja, começar a ter um som definido.  

– Ok Clodoaldo Eu fiz isso mais o tambor ainda está bem longe do som que eu imagino! E agora?

Primeiro avalie e se pergunte – Longe quanto? é mais para o agudo ou para o grave?

Deixe a afinação passar um pouco (ficar um pouco mais aguda) em seguida com a mão aberta de um “tapa/soco” com um pouco de força no centro do tambor para forçar a pele a “lacear”, não se preocupe a pele aguenta, repita isso umas 3 vezes, você perceberá que a pele vai soltar um pouco, observe se ela desceu muito da tonalidade que procura.

Após isso coloque o dedo indicador (é o primeiro após o dedão, também chamado de “fura-bolo” – rsrs) bem no centro da pele e faça um pouco de pressão, não muito, só o necessário para você sentir a pele dar uma leve esticada.

Em seguida ainda com o dedo no centro bata próximo do parafuso de afinação (coisa de dois dedos de distância) o som que vai sair será um harmônico (overtone), repare se esse som é uma ou duas oitavas acima (mais agudo) do som que você ouviu do casco quando bateu nele com a mão, se não for, procure esse som próximo apertando e/ou soltando o parafuso, ou apenas procure o som que você tenha em mente para esse tambor respeitando sua fisiologia e o que vimos até aqui.

Vá memorizando o quando teve que soltar ou apertar o parafuso, em seguida passe para o próximo parafuso o número dois da foto acima, e faça o mesmo processo em todos os parafusos da pele batedeira até que todos emitam o mesmo harmônico/som.

Após isso tire o dedo do centro da pele e toque o tambor para ver se o som lhe agrada. Procure identificar a pressão dos parafusos, se elas estão iguais com a mesma tensão, cante o som que você procura em voz alta e toque o tambor, veja se ele está mais agudo ou grave que aquilo que você cantou  

-Ok Clodoaldo, está bom…, Mas não é o som que quero! e agora?

Bom… Se o som que procura é mais grave, vá soltando a pele aos poucos vá girando cerca de 5 min do relógio ou as vezes menos em cada parafuso, se for o mais agudo faça o processo inverso, (sempre seguindo a ordem cruzada da foto)  vai chegar um momento que ele vai passar do ponto que procura para mais ou menos, então escolha um único parafuso para dar um aperto maior ou menor (escolha o parafuso mais longe de onde a baqueta acerta), ele será o ponto que você fará a micro afinação do tambor, aí nesse ponto são detalhes e apertos mínimos.

Afinando a Pele Resposta:

O processo é o mesmo não se diferencia em nada, a questão é que através da pele resposta vamos dar “corpo” ao tambor então, temos que levar em conta como queremos esse “corpo”.  

Se você procura mais brilho e ataque com mais overtones (harmônicos agudos) deixe a pele mais apertada que a batedeira, se você procura um som mais redondo com pouco sustain e mais graves deixe ela mais solta.  

Resumindo a pele batedeira é a que vai dar a timbre e presença que procura e a resposta vai dizer quanto tempo isso dura e se quero que ela penda mais para o agudo ou grave.

É comum e natural as peles respostas terem menos tensão que as batedeiras, ou a mesma tensão da pele batedeira, dificilmente vemos a pele resposta com maior tensão que a batedeira, mas isso não é uma regra.

Harmonização dos tambores

A afinação é algo muito pessoal e uma identidade de cada músico, tudo vai de como você toca, e como não sou você tocando só posso responder por mim quanto à afinação.

Eu tenho hábito de usar um kit com dois tons e dois surdos e/ou um tom e dois surdos

Se for um tom de 10″ ou 12″ eu vou fugir das frequências da caixa afinando sempre uma terça menor da nota da caixa – ou três meio tons do piano. Se estiver com dois tons e dois surdos o segundo tom será uma quarta justa do 1° tom o primeiro surdo uma oitava abaixo da caixa e o último surdo uma terça menor do primeiro surdo e o bumbo uma terça justa do último surdo.

Mas tudo vai partir da caixa, que dependendo do estilo de música, vou usar de metal ou madeira.

Mas sempre procuro harmonizar com a voz do vocalista que estou trabalhando ou no caso de música instrumental procuro fazer um balanço do repertório para ver se uso-a mais aguda ou grave.

Outra coisa que levo em conta é meu estilo de tocar. Eu tenho hábito de tocar com Rimshots e nunca toco ao centro dos tambores mais graves (técnica oriunda do erudito) também toco com rimshots nos surdos, quando toco os dois surdos em uníssono (ao mesmo tempo) eu toco um com Rimshots, o outro um pouco fora do centro e deixo a baqueta um pouco mais na pele para criar a sensação de explosão.

Eu sempre respeito a limitação do tambor, nunca saio fora da sua característica. A madeira tem a nota para qual ela pende mais, se não estou satisfeito com ela eu harmonizo com os intervalos que me deixem confortável conforme o tipo de música que vou tocar.  

Ao estudar a afinação de outros bateristas vemos por exemplo que João Barone (Paralamas do Sucesso) por exemplo, usa a afinação das duas peles (batedeira e resposta) iguais na maioria dos casos, percebemos os intervalos de quinta do Serginho Herval (Roupa Nova), às terças justas de Pantico Rocha (Lenine e outros), as quartas justas de Mauricio Leite (Solo) e assim por diante.

A afinação é muito pessoal e cabe a você criar a sua identidade e ser único. Mas sem dúvidas tudo começa pela caixa. Afinal de contas qualquer um reconhece o baterista pela caixa, basta ouvir Chad Smith, Dennis Chambers, Travis BarkerSteve Gadd, Bill Bruford, Omar Hakim e muitos outros tocarem nas suas caixas que vocês já saberão que são eles que estão lá atrás comandando tudo. E é da caixa que vamos falar agora.

Afinando a Caixa da Bateria

Hoje é moda afinal caixa bem aguda (afinação alta), isso é a coisa mais fácil e simples, porque qualquer caixa “sem vergonha” vai soar bem nas altas, além do mais, é mais rápido e fácil de afinar, isso é coisa pra preguiçoso e eu quando estou com preguiça faço isso, oito voltas em cada parafuso e tudo resolvido!

Mas vamos largar mão dessa “preguicite” e aprender a tirar som da caixa!

Obs.

Lembrando que em alguns estilos de música que a caixa mais aguda às vezes é fundamental, não estou discriminando quem usa, até porque eu gosto desta sonoridade, mas a ideia aqui é mostrar quantas opções você pode tirar do seu tambor.
Usando-se do mesmo processo até então – colocando a pele, apertando os parafusos o máximo com os dedos e depois apertando em cruz como na foto acima –  procure deixar ela o mais grave possível, procure aquele som de “dum” similar ao da Tumba (conga) mais grave, faça o processo de controle de harmônicos como já explicado  – coloque o dedo no centro da pele e toque próximo dos  parafuso por parafuso até alinhar os harmônicos.

Na pele resposta faça o mesmo processo de modo que ao pressionar a pele no centro seu dedo tensione levemente a pele, ou seja, usando-se do mesmo processo de afinação.   

Procure tirar o máximo do corpo do tambor, sentir o casco vibrar o mais grave e confortável possível.

Ao colocar a esteira cuide para que suas pontas não peguem na borda do casco, não aperte ela muito a cada uma volta dada no automático da esteira de uma batida central na pele até sentir aquele som “cheio e gordo” sem muita sobra de esteira (buzz) mas também sem muito “crack” (resultado da esteira muito apertada).

Olhe bem o berço da esteira – local na borda do casco que é mais baixa, alguns bateristas como eu preferem deixar aqueles quatro parafusos que cercam o berço (dois de cada lado) com meia ou até mesmo uma volta a menos do que os demais parafusos depois de afinados.

Se este som de caixa não lhe agrada, ou não se aplica ao que procura, basta ir apertando aos poucos cada parafuso seguindo o mesmo processo já citado até aqui (afinação cruzada).

  • Abafadores:

Existem vários tipos de abafadores, a muito tempo esses abafadores deixaram de ser somente externos e passaram a vir com as peles já também chamados de “power dot” e anéis de abafamento. Power dot são “aquelas bolas pretas” no centro da pele, que podem vir por dentro da pele, ou por fora.

Anel de abafamento é uma “sobra de pele” de aproximadamente 2″ (polegadas)  que pode vir presa à pele a partir do aro da mesma, seja internamente ou externamente ou você pode comprar individualmente, ambos são usados para “definir o som” cortando overtones (altas frequências) deixando o tambor mais seco e mais centralizado na tonalidade ao qual ele foi afinado.  

Abafadores externos:

Mesmo tendo vários tipos de abafadores externos no mercado, o mais engraçado é que nunca temos eles na mão quando precisamos e isso é CULPA SUA, baterista desleixado que não presta para carregar uma fita crepe que seja consigo (me desculpe a franqueza, mas é verdade, pasmem, não é de hoje que vou dividir o palco com outros bateras que nem chave de afinação levam, eu já cometi esse erro sim! já fui desleixado, admito, porém, contudo, todavia… Bastou uma vez somente, após isso nunca mais).

Mas como estamos no Brasil se você não leva consigo abafadores ou não está afim de gastar com coisas do tipo (o que “vamo” combinar é ser muito muquirana – rsrs) vou dar umas dicas na hora do aperto.

1° Anel abafador:

Hoje são vendidos por quase todas as marcas, mas em todo caso na hora “H” corte uma pele que já esteja velha ou acabada e use a borda dela como abafador do tambor sempre procure uma pele maior do que o tambor em que você vai usar assim você pode moldá-la com mais facilidade.  

1.A – Retire o aro em que a pele vem presa seguindo a circunferência dela, tente deixá-la o mais redonda possível. Se você estiver usando uma pele maior que o tambor que vai “abafar” não esqueça de tirar a medida do tambor a ser abafado, você pode tirar o aro do tambor que vai abafar e riscar a pele a ser cortada por dentro do aro.

1.B – meça de 2 à 4 cm sentido centro da pele (lembrando que quanto mais largo for o anel abafador, mais ele “seca” o tambor, por isso aconselho sempre 2cm) para medir essa circunferência menor você pode usar um aro menor e riscar a circunferência interna, aí é só cortar e está feito o seu anel abafador. Lembre-se de fazer com que o anel abafador cubra toda a circunferência do tambor pelas beiradas pois é dali que provêm os overtones.   

Feltro protetor para móveis: 

São aqueles feltros que compramos no mercado para colocar nos cantos dos móveis para não danificar o piso, paredes ou o próprio móvel, são auto adesivos. sempre rente ao parafuso de afinação de um a dois dedos após a borda do tambor, já vai resolver.

dissipadores:

Esse é o mais simples! Pegamos uma fita crepe ou silver tape e fazemos “aletas” nela.  Aletas é como sanfonar ou fazer da fita uma “minhoquinha” na pele, prendemos um pedaço de 1cm na pele, dobramos 1cm prendendo fita com fita, ai prendemos mais 1 cm na pele e assim vamos sanfonando ela criando essas “aletas” que vão funcionar como dissipadores de harmônicos, quanto maior a fita usada mais ela vai secar o seu tambor.

Secando a Caixa:

Na caixa podemos usar todos esses já citados, mas embora já tenhamos peles como a Evans HD DRY (aquela com furinhos em volta dela) a Remo Coated Bottom Black Dot (pele porosa com uma bola preta coberta pela porosidade da pele) e muitas outras, ainda sim é natural a sobra de overtones e harmônicos que atrapalham em alguns casos.

Isso com a tecnologia controlamos na mesa de som pelo GATE (dizendo qual frequência e em que amplitude vamos barrar ou deixar passar) já a REMO inventou um aparelhinho que é preso ao aro da caixa, ele tem um contrapeso com feltro que fica solto sobre a pele, esse contra peso fica preso à um eixo que deixa-o livre para subir e descer, ou seja, quando a “patinha de urso” toca a pele com a baqueta, imediatamente e pula com o “susto”, só quê… Tudo que sobe, desce! e ao descer ele com esse feltro corta os harmônicos indesejáveis, ou seja… Ele é um GATE que funciona por ação e reação,  

Nosso ilustre Dave Weckl “inventou” a versão “brasileira – se vira nos 30” deste aparelho que ensino a baixo:

Vamos precisar de um pedaço de silver tape, um cartão de visitas, e dois pedacinhos de feltro.

Não usando toda a área do cartão cole os dois pedacinhos de feltro lado a lado no cartão e recorte os excessos do cartão.  

Corte um pedaço da fita e cole do outro lado do cartão (a parte sem feltro). Deixe uma sobra de um dedo e meio que será usada posteriormente

Dobre esta sobra da fita para cima e cole um outro pedaço de fita sobre essa sobra que foi dobrada, deixe também com uma sobra de dois dedos sobre ela criando uma (dobradiça) entre elas.

Essa sobra você cola no aro da caixa deixando a parte do feltro encostar sobre a pele com o seu próprio peso.

Aí está o seu “corta harmônicos” tabajara que irá funcionar muito bem. No ato da “pancada” ele irá subir, porém como está preso ele volta com o seu próprio peso e corta os harmônicos a seguir e, diga-se de passagem este, é bem mais silencioso que o da REMO, sem falar que custa ” um milionésimo de fração” do valor de um da REMO.

 

Já se você pode e quer gastar um pouquinho temos o MOONGEL.

É uma espécie de “gelatina” com cerca de 1,5 CM da Evans que você pode grudar na pele, eles são um produto excelente em estúdio chega a ser via de regra hoje em dia.  

Outra solução é quando você ir a uma loja que tenha de brindes como os “porta palhetas” ( isso ai, aquele chaveiro para guardar palhetas que os guitarristas ganham dos vendedores quando compram suas fenders “pica das galáxias” – rsrs).

Brincadeiras à parte como ele é um chaveiro você pode prender na chave de afinação da batera cole dois feltros nele e coloco a chave de afinação ( como a maioria já faz) no parafuso de afinação de caixa e solte o chaveiro em cima da pele, vai funcionar como um “corta harmônicos também”  

Essa comigo nunca funcionou pois na 1° música a chave já cai no chão devido a pressão de som. Mas pra quem toca de leve funciona legal.

Abafando o Bumbo:  

Devido ao seu diâmetro o bumbo é um instrumento que repercute muito, por ser o tambor mais grave suas frequências se estendem por mais tempo o que pode “embolar” com outras frequências inclusive de outros instrumentos como o contrabaixo, por isso, por vezes se faz necessário seu abafamento, trazendo mais à tona o ataque da pele batedeira, como já citei eu não sou a favor de abafar absolutamente nada na bateria, no entanto em alguns casos, pelo bem da música, isso se faz necessário.

E aí o abafamento deve ser de acordo com o tipo de som que se procura, então aqui vão algumas dicas:

 

O bom e velho travesseiro – Se você precisar de mais Push (ataque) coloque ele mais na pele batedeira, porém ainda vão sobrar os harmônicos, então para cortar um pouco esses harmônicos, permita que o travesseiro encoste em ambas as peles. Algumas marcas como a Evans e a Remo já fabricam travesseiros com esse intuito.

 

Se você procura um som gordo, cheio e fechado, ou seja, com um decay muito rápido ou quase nenhum, você pode usar uma manta leve dobrada que ocupe no máximo 1/4 da pele.

Outra coisa que pode ser usada é o jornal picado, também abrangendo 1/4 da pele, porém ele pode ressaltar os agudos do tambor

Outro velho truque para dar um som mais de “pedal” é colocar uma toalha de rosto ou um pano entre o pedal e a pele batedeira pelo lado de fora.  

 O único abafamento que realmente gosto e de fato uso em bumbos maiores, é o que John Bonham do Led Zeppelin usava, que consiste em pegar pedaço de tnt (um tipo de tecido sintético) entre 21 à 25 cm e dobrar em 3 partes iguais (5 à 7 cm) este pedaço fica preso de uma extremidade à outra do bumbo somente na pele resposta.

Prenda-o entre o casco e a pele e em seguida coloque o aro quanto mais para o centro da pele ele estiver, mais ele vai segurar os harmônicos, pode ser colocado tanto na horizontal quanto na vertical, ai cabe à você decidir eu particularmente divido o bumbo em três partes (linhas imaginárias) e coloco ela na vertical entre o primeiro e o segundo terço do bumbo, assim ele não fica tão no centro e não seca quase que totalmente os harmônicos.

  

Bom, agora que já entendemos a fisiologia da bateria como um todo e devo lembra-lhe – de forma superficial – pois nada do que disse até então é deve ser levado como regra absoluta.  

Você já tem grande conhecimento para transformar o seu pensamento e desejos sonoros em frequências audíveis em alto e bom som.

Durante todo o processo de reconhecimento fisiológico deste maravilhoso instrumento evitei citar marcas salvo quando necessário para clarear e evidenciar a linha de raciocínio, com o intuito de não criar o paradigma de que essa ou aquela marca são melhores.

Minha intenção aqui é mostrar que cada instrumento desde o mais básico ou até os mais desenvolvidos, tem suas qualidades e pode lhe proporcionar um som único.  

Além do mais, quanto maior a “qualidade” do instrumento, mas ela vai evidenciar as suas deficiências também, o que nos faz voltarmos à questão inicial, título deste livro de estudos “Fisiologia dos tambores, Filosofia de Vida!”  

Eu nunca vou conseguir tirar um bom som, ser um bom musicista se eu não me conheço o suficiente, se eu não enfrentei as minhas dificuldades.  

A música JAMAIS deve ser encarada como esporte, não existe bom ou ruim, melhor ou pior.  

A música nos impõe o desafio de sermos melhores conosco mesmo, e isso como tudo na vida advêm de conhecimento técnico e prático, humildade e equilíbrio. Eu particularmente levo três letras como a base de tudo; TCC e não é aquele que apresentamos na faculdade prestes a nos formarmos TCC significa TREINAMENTO, CONHECIMENTO E COMUNICAÇÃO.

TREINAR o que sei e aprendo a cada dia, me trará mais CONHECIMENTO o que fará com que forma de me COMUNICAR atinja o maior número de pessoas. E não é isso que queremos com nossa música!? – Fazer com que ela alcance o maior número de pessoas possíveis!?

O ser humano nasceu para viver em sociedade, logo, se comunicar, seja essa comunicação em qualquer âmbito inclusive no da música, a música nada mais é que a forma mais pura e direta de linguagem e comunicação que existe.

Procurem entender, calcular, fazer seus próprios experimentos e testes a fim de achar a sua forma de comunicação, a sua forma de linguagem. Dentre todas as partes citadas até então, existem infinitas possibilidades de combinação, fora as outras que você descobrirá por suas próprias experiências, tentativas e erros, coisas que o tornaram não pior nem melhor, mas sim único!

Se fizermos uma reflexão sobre tudo que leram, perceberam que a afinação é uma parte pequena desse todo, aqui, procurei fazer vocês conhecerem e entenderem muito mais o equipamento que você possui, para que a partir disso a afinação se torne algo natural e prazeroso de fazer, pensar é prazeroso!  

Ver o resultado nascendo do seu conhecimento técnico é prazeroso!

Tendo isso em mente você verá que afinar sua bateria é algo muito simples e tocar mais simples ainda!

…Portanto, bons estudos! boa sorte!

Mãos à obra… #Bumbonorim #caixanozoio

 

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