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Bateria e Percussão no Tratamento da Esquizofrenia

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A esquizofrenia é um dos transtornos psiquiátricos mais complexos, pois afeta o senso de julgamento da realidade, levando a pensamentos abstratos e simbólicos, além de influenciar a elaboração de sentimentos e respostas emocionais.

Diferente do que muitos pensam, a esquizofrenia não tem relação com o transtorno de múltiplas personalidades. Trata-se de uma doença crônica que exige tratamento contínuo por toda a vida.

A esquizofrenia afeta cerca de 1% da população mundial e costuma surgir entre o final da adolescência e o início da vida adulta.

O termo esquizofrenia vem do grego e significa “divisão da mente”, referindo-se ao fato de que os indivíduos afetados podem ter suas funções mentais fragmentadas.


Tipos de Esquizofrenia

Esquizofrenia Paranoide

Caracterizada pelo predomínio de alucinações e delírios.

Esquizofrenia Hebefrênica ou Desorganizada

Caracterizada por pensamento e discurso desconexos.

Esquizofrenia Catatônica

Apresenta alterações posturais severas, com o indivíduo mantendo posições incomuns por longos períodos. Pode haver resistência passiva ou ativa a mudanças de posição.

Esquizofrenia Simples

Não envolve delírios ou alucinações intensas, mas há uma perda progressiva da afetividade e da capacidade de interação social. Isso pode levar a um declínio social e profissional, muitas vezes resultando em situações de marginalização e isolamento.


Causas da Esquizofrenia

O diagnóstico exato da esquizofrenia ainda não é completamente definido, mas sabe-se que se trata de uma doença química do cérebro, associada à falha de neurotransmissores e vias neurais.

A produção de dopamina no córtex frontal é afetada, o que pode levar a apatia e lentidão no pensamento.

Outras áreas do cérebro, como o lobo temporal, acabam sendo sobrecarregadas, o que pode causar alucinações e delírios.

A esquizofrenia pode ter origem genética, mas também pode ser agravada pelo ambiente e pelas relações interpessoais.

Os sintomas geralmente surgem:

  • Entre 15 e 20 anos no caso dos homens.
  • Por volta dos 30 anos no caso das mulheres.
  • Raramente, em crianças ou adultos com mais de 50 anos.

A esquizofrenia faz parte do grupo dos transtornos psicóticos. A psicose é caracterizada por alterações na percepção da realidade (delírios) e alucinações sensoriais.

Além disso, crises esquizofrênicas podem causar danos cerebrais, resultando em:

  • Distúrbios cognitivos (dificuldade de raciocínio, atenção, tomada de decisões, linguagem).
  • Alterações emocionais (apatia, falta de motivação, depressão, incapacidade de sentir prazer).

Comorbidades e Sintomas

Os principais sintomas e comorbidades da esquizofrenia incluem:

  • Isolamento social (pouco contato com amigos e familiares).
  • Queda no desempenho acadêmico ou profissional.
  • Problemas de sono.
  • Irritabilidade e oscilações de humor.
  • Falta de motivação.
  • Menor propensão a delírios na adolescência, mas maior tendência a alucinações visuais.
  • Expressão emocional reduzida (rosto sem expressões, fala monótona).
  • Negligência com a higiene pessoal.
  • Diminuição do interesse por atividades diárias.
  • Dificuldade em sentir prazer (anhedonia).

Intervenção através da Bateria e Percussão

A esquizofrenia altera a percepção da realidade, por isso, antes de qualquer intervenção, é fundamental compreender quais sintomas o aluno apresenta e como eles se manifestam.

Cada indivíduo pode ter experiências diferentes – desde um amigo imaginário até mudanças bruscas de humor e crises agressivas.

Dado que a esquizofrenia envolve disfunções hormonais e neurais, não se pode forçar o aluno a enfrentar sentimentos difíceis ou induzir pensamentos específicos, pois isso pode desencadear uma crise.

Esse tipo de abordagem é mais apropriado para um consultório psiquiátrico, e não para uma aula de música.

Passos iniciais

O primeiro passo é trabalhar as emoções do passado, ajudando o aluno a relembrar momentos felizes e frustrantes.

A ideia é usar a bateria como um meio para expressar essas emoções, ajudando a transformar sentimentos acumulados em atividade física e sonora.

Esse processo gera reações químicas e físicas, que ajudam o aluno a:

  • Assimilar e registrar suas emoções.
  • Aprender a reconhecer padrões emocionais.
  • Desenvolver maior controle sobre suas reações futuras.

Essa abordagem é baseada em princípios da metacognição, que estimulam o aluno a perceber e processar melhor suas próprias emoções.


Fortalecimento Cognitivo e Controle Emocional

A bateria pode ajudar no fortalecimento do cérebro, tornando o aluno mais consciente de si mesmo e de suas emoções.

Muitos indivíduos com esquizofrenia sofrem deturpações em valores básicos, devido à progressão da doença. O objetivo é ajudar o aluno a:

  • Canalizar emoções de maneira sinestésica (através da prática musical).
  • Desenvolver maior percepção da realidade.
  • Identificar pensamentos e comportamentos causados pela patologia.

Para que esse processo seja eficaz, o aluno precisa estar seguindo um tratamento médico adequado, incluindo o uso de medicação quando necessário.

A bateria e a música devem ser usadas como um complemento emocional, ajudando o aluno a desenvolver controle e estabilidade.

Dentre todas as patologias abordadas neste método, a esquizofrenia exige a maior sensibilidade na aplicação das técnicas psicopedagógicas.


Conclusão

O ensino da bateria e percussão pode ser um recurso auxiliar no tratamento da esquizofrenia, mas deve ser conduzido com cautela e acompanhamento especializado.

A abordagem deve focar:

  1. Identificação das emoções e gatilhos.
  2. Uso da música para processar sentimentos reprimidos.
  3. Estimulação do controle emocional e do fortalecimento cognitivo.
  4. Respeito aos limites do aluno e adaptação do método conforme suas necessidades.

A esquizofrenia é uma condição complexa que requer tratamento médico contínuo. A música pode atuar como um suporte emocional dentro desse processo, ajudando a melhorar a qualidade de vida e o equilíbrio emocional dos alunos afetados pela doença.

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