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Bateria e Percussão no Tratamento da Síndrome de Williams-Beuren

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A Síndrome de Williams é causada por uma má formação genética no cromossomo 7, resultando na ausência de cerca de 21 genes. Essa condição afeta crianças de ambos os sexos e é considerada uma síndrome rara, ocorrendo entre 1 a 5 casos a cada 10.000 nascimentos em todo o mundo.

Essa alteração genética pode levar a características físicas, clínicas e comportamentais específicas, além de problemas cardiovasculares, renais e de desenvolvimento cerebral.

Os principais sinais incluem:

  • Rosto característico, com testa larga, nariz pequeno e lábios proeminentes.
  • Personalidade extremamente sociável e comunicativa, com forte desejo de interagir com outras pessoas.
  • Hiperatividade e inquietação, podendo interferir em diálogos e situações sociais.
  • Déficit de atenção e dificuldades de aprendizagem, como discalculia (dificuldade com números e noção espacial).

Comorbidades

A Síndrome de Williams pode estar associada a diversas condições médicas e cognitivas, tais como:

  • Má formação cardíaca, podendo levar a doenças coronarianas precoces.
  • Problemas pulmonares e renais.
  • Hipercalcemia (excesso de cálcio no sangue).
  • Hipotonia muscular, necessitando de suporte para fortalecimento.
  • Déficit intelectual leve a moderado.
  • Dificuldade de socialização devido à interação excessiva e falta de percepção de limites sociais.

Intervenção através da Bateria e Percussão

A música e o ritmo podem ser ferramentas essenciais para o desenvolvimento de pessoas com Síndrome de Williams, principalmente porque essas crianças frequentemente apresentam grande aptidão musical, mesmo diante das dificuldades cognitivas e motoras.

1. Estímulo Auditivo e Sensorial

  • Crianças com essa síndrome costumam ter grande sensibilidade à música, algumas podendo até apresentar ouvido absoluto.
  • O uso da bateria ajuda a desenvolver percepção rítmica e coordenação auditiva.
  • Para alunos com dificuldades na leitura de partituras, utilizam-se figuras ilustrativas associadas a sons.

2. Desenvolvimento Motor e Coordenação

  • Devido à hipotonia muscular, os exercícios na bateria podem fortalecer a musculatura e aprimorar a coordenação motora.
  • O posicionamento correto da bateria é ajustado para evitar sobrecarga e facilitar os movimentos.
  • Trabalha-se a noção espacial e o planejamento motor, pontos afetados pela síndrome.

3. Controle da Ansiedade e Melhoria da Socialização

  • O aprendizado musical oferece uma forma estruturada de interagir, ajudando no controle da inquietação e melhorando a habilidade social.
  • A música pode ser usada para desenvolver habilidades de interação respeitosa, ensinando limites em conversas e diálogos.
  • Exercícios com solfejo (cantar os sons da bateria antes de tocar) ajudam na expressão verbal e emocional.

4. Adaptação da Metodologia de Ensino

  • Para facilitar o aprendizado, o ensino musical é feito de forma lúdica e interativa, sempre respeitando os interesses do aluno.
  • Utilizam-se atividades que estimulam a memória e a repetição rítmica, reforçando conexões neurais e melhorando o aprendizado.

Conclusão

A bateria e a percussão podem proporcionar benefícios significativos para alunos com Síndrome de Williams, auxiliando no:

  • Desenvolvimento motor e coordenação.
  • Aprimoramento da percepção auditiva e da comunicação.
  • Redução da ansiedade e melhora no comportamento social.
  • Estímulo da autoconfiança e da criatividade.

Com uma abordagem personalizada e respeitando as particularidades da síndrome, o ensino musical pode ser uma ferramenta poderosa para proporcionar bem-estar, desenvolvimento e maior qualidade de vida.

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